GCNP: Quais são, na sua perspetiva, os maiores desafios desta pandemia, para a sua organização e para as PME em geral?
MB: Esta pandemia fez como que restruturássemos toda a calendarização do nosso projeto. O maior desafio foi conseguir conjugar os trabalhos presenciais com o teletrabalho. Mas todos se esforçaram muito e temos conseguido manter a empresa a funcionar.
Todos os planos para o ano 2020 ficaram praticamente inatingíveis. Foi então que metemos “mãos à obra” e começámos a trabalhar, não para salvar a produção de 2020, mas para garantirmos uma produção de excelência em 2021.
GCNP: O que é que a sua organização está a fazer em concreto para responder aos novos desafios de mercado impostos pela pandemia Covid-19? Existe uma maior aposta em produtos mais procurados nesta fase de pandemia ou em novos/diferentes canais de distribuição?
MB: Importávamos muitos materiais e, com o encerramento das fronteiras, vimo-nos forçados a tomar outras medidas. Decidimos investir na pesquisa de fornecedores locais, apoiando assim outras pequenas/médias empresas, e mantendo o fornecimento de todos os matérias que necessitamos. Tomámos a decisão de que, mesmo depois, manteremos os nossos atuais fornecedores, pois fornecem materiais de excelente qualidade.
GCNP: O que é que considera que deve ser feito, nomeadamente pelas PME, para que a economia recupere desta crise e se construa uma sociedade mais resiliente?
MB: Devemos apoiar-nos mais e apostar mais no desenvolvimento das PME em geral. Esta crise veio demonstrar que existem muitas PME com produtos de excelência que se reinventaram e continuaram a produzir e a distribuir os seus produtos, mesmo com todas as dificuldades que esta crise nos trouxe.
GCNP: Acha que o mundo vai ficar igual após esta pandemia?
MB: Nada será igual depois desta pandemia. Os tempos que se têm vindo a viver obrigaram a um distanciamento social ao qual não estávamos socialmente acostumados nem preparados. É difícil voltar ao que éramos. Teremos todos que nos adaptar a uma “Nova Normalidade”.