SRS 2021 | Planeta - Pessoas - Propósito - Universidade de Coimbra
Num ano que continuará a ser marcado pelos desafios de uma pandemia à escala global, a Semana da Responsabilidade Social 2021, promovida pela APEE e pela GCNP, e a decorrer entre os dias 21 e 25 de junho, centra atenções em três eixos estratégicos “Planeta ▪ Pessoas ▪ Propósito”. O Planeta, que permite e acolhe a vida das Pessoas, que o habitam e cuidam através de um Propósito, que as move e orienta.
De uma forma crescente, estes temas – a conservação dos ecossistemas, o bem-estar das populações e o propósito das organizações -, alinhados com um modelo de desenvolvimento sustentável, assumem uma importância sinérgica, promotora de uma sociedade mais justa, próspera e equilibrada.
A Universidade de Coimbra associa-se, uma vez mais à Semana da Responsabilidade Social, coorganizando, em 2021, uma conferência sobre “Governação das Organizações e Integridade: Pessoas, Tecnologias e a Dimensão Global”.
Em entrevista, Amílcar Falcão, Reitor da Universidade de Coimbra, afirma que “a Universidade reconhece as pessoas como o seu principal ativo e motor do desenvolvimento”, reforçando que “são as pessoas (estudantes, professores, funcionários, etc) que idealizam e desenvolvem projetos (científicos e não científicos), sendo também elas as protagonistas na sua implementação e dinamização”.
Para Amílcar Falcão, “é urgente reforçar a consciência e a ação cívica, avaliar impactos e responder às necessidades do presente, sem comprometer o futuro”.
APEE/GCNP: Num mundo em constante evolução, como é que se conjuga a relevância histórica de uma instituição como a Universidade de Coimbra (UC) com a aposta na tecnologia, no desenvolvimento de novos projetos e, no fundo, no futuro mais sustentável? Considera que esta aliança entre o passado e o futuro é um dos principais fatores de diferenciação da UC?
AF: A Universidade de Coimbra (UC) celebra este ano 731 anos. É um número que apela à memória da instituição e simultaneamente ao que queremos para o seu futuro. É um número só alcançável por instituições que ao longo da sua existência se souberam posicionar de forma consistente à frente do seu tempo e sempre com os olhos postos no futuro, continuando com o mesmo espírito de antecipação em relação às tendências para as próximas décadas. A UC soube e continuará a saber adaptar-se não só às necessidades emergentes, mas também antecipar as necessidades futuras.
APEE/GCNP: A Universidade de Coimbra tem tido uma preocupação crescente em estar junto do tecido empresarial. De que forma é que a Universidade de Coimbra, através do UC Business, pretende ser um parceiro central do tecido empresarial? Existem nesta relação de transferência de conhecimento e de tecnologia preocupações relacionadas com a sustentabilidade?
AF: O UC Business é o resultado de 25 anos de desenvolvimento do primeiro gabinete de transferência de tecnologia do país no Ensino Superior. Inclui uma equipa que fomenta o espírito critico e empreendedor dos jovens, promovendo a vigilância tecnológica ativa, e apoiando, sobretudo, a valorização da tecnologia desenvolvida pelos cientistas da UC.
APEE/GCNP: Numa publicação recentemente apresentada, a UC reforça o seu compromisso com os ODS sob o mote “Contribuir para um mundo diferente, fazendo a diferença”, apresentando o seu contributo para todos os ODS. O que motiva a UC a ir para além do ODS 4 – Educação de Qualidade, estendendo a sua ação a todos os outros Objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável?
AF: Para salvaguardamos a Humanidade, deve imperar a nossa capacidade de pensar em quem ainda nem sequer nasceu e que, por isso mesmo, ainda nem voz tem para criticar a forma como governamos atualmente o mundo. É nossa obrigação, no fundo, garantir que as decisões hoje tomadas não irão comprometer a vida dos nossos descendentes no amanhã. Foi nesse sentido que a UC lançou este ano a sua página dedicada ao Desenvolvimento Sustentável onde agrega todas as informações e projetos relacionados com a Agenda 2030 das Nações Unidas. Percebemos que já o fazíamos ainda que de forma não organizada e, portanto, foi uma oportunidade que surgiu aquando da realização do primeiro relatório de Sustentabilidade da UC.
Seria redutor pensar que só poderíamos contribuir para o ODS 4, começando desde logo pela missão de formar os líderes que amanhã trabalharão nas mais diversas áreas. Em segundo lugar porque também a UC, enquanto instituição deve repensar a sua estratégia e gestão de forma a dar resposta aos diferentes desafios.
APEE/GCNP: A Semana da Responsabilidade Social 2021 vai realizar-se em torno de três eixos: Planeta, Pessoas e Propósito. O que motiva a Universidade de Coimbra a promover o debate sobre “Governação das Organizações e Integridade: Pessoas, Tecnologias e a Dimensão Global”?
AF: No ano passado a SRS levou-nos a refletir sobre a “Agenda 2030 nas Instituições de Ensino Superior: Educação, Investigação e Inovação”, numa sessão que envolveu diversos agentes da sociedade. Este ano o desafio levou-nos para a “Governação das Organizações e Integridade: Pessoas, Tecnologias e a Dimensão Global” fruto do reconhecimento nacional e internacional do Curso de Doutoramento em Governação, Conhecimento e Inovação ministrado pela FEUC. Participam nesta sessão o Professor Doutor Tiago Santos Pereira, Co-cordenador do Doutoramento em Governação, o Professor Doutor Bernardo Fazendeiro, Professor Auxiliar Convidado de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da UC e a Doutora Mónica Lopes, Investigadora do Centro de Estudos Sociais, Coordenadora Nacional do Projeto Europeu SUPERA "Promoção de Igualdade na Investigação e Academia”.
APEE/GCNP: Qual é o Propósito da UC e de que modo é que a aposta no desenvolvimento Sustentável contribui para a concretização do mesmo?
AF: A UC assumiu, no seu Plano Estratégico para 2019-2023, a visão: “Ser internacionalmente reconhecida como uma universidade de investigação, em que a produção de conhecimento de elevada qualidade influencie o processo educativo e aumente a partilha de conhecimento com a sociedade, dando resposta aos problemas que são de todos/as e de cada um/a e contribuindo sem reservas para o desenvolvimento sustentável”.
Esta é a visão que temos e que queremos desenvolver nos próximos anos. É para isso urgente reforçar a consciência e a ação cívica, avaliar impactos e responder às necessidades do presente, sem comprometer o futuro!